Deputados Jorge Wilson e Auriel Brito se omitem em votação que retirou R$ 700 milhões do Baquirivu

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Dos quatro deputados estaduais que representam Guarulhos na Assembleia Legislativa de São Paulo Alesp), apenas Alencar Santana (PT) e Gileno (PSL) se posicionaram contrários ao projeto de lei que autorizou o governo do estado a transferir mais de R$ 700 milhões das obras do rio Baquirivu-Guaçu para a construção de duas barragens na região de Campinas. Já os deputados Jorge Wilson (PRB) e Auriel Brito (PT) não se opuseram a retirada de verbas do município.

Segundo registro oficial da Assembleia, o PL foi aprovado por votação simbólica. Desta forma, havendo quórum pode se proceder a votação, sendo que os parlamentares que forem favoráveis não precisam se manifestar. São registrados apenas os votos contrários. No total, além de Alencar e Gileno, foram contra os deputados Carlos Bezerra Jr. (PSDB), João Paulo Rillo (PT) e André Soares (DEM).

Consta, ainda, na votação o posicionamento contrário do deputado Milton Vieira (PRB) em nome de Jorge Wilson. O parlamentar chegou a discursar contrariamente, porém se ausentou na hora da votação.

“Entendemos a necessidade da região de Campinas e somos favoráveis que uma nova lei seja criada para autorizar essa destinação, mas não concordamos que os recursos sejam remanejados de uma obra tão importante como é a do rio Baquirivu-Guaçu”, disse o parlamentar.

Em seu discurso, Gileno questionou a decisão do governo estadual. “Não sou contra o investimento na questão hídrica na região de Campinas, mas o governo deveria analisar e pegar outros recursos para investir e não os de Guarulhos”, disse o parlamentar.

Para Alencar, a aprovação do PL foi um duro golpe para a população que reside próximo ao rio. “Tentamos de toda maneira impedir a aprovação, mas os deputados governistas, que são ampla maioria, aprovaram e prejudicaram nossa cidade”, afirmou o parlamentar.

Já o deputado Auriel Brito (PT), segundo o HOJE apurou, não teria comparecido à sessão. No entanto, ele não retornou as ligações da reportagem até o fechamento desta edição.

Projeto – Mesmo sem a verba, o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) garantiu a continuidade do processo de canalização do rio, sendo a construção do piscinão RBA-05, com capacidade para acumular 650 mil metros cúbicos (m³) de água, a primeira etapa. Os projetos já estão concluídos e o departamento já obteve a licença ambiental para execução das obras.

A barragem de Pedreira será construída no rio Jaguari, nos municípios de Pedreira e Campinas, e terá capacidade para acumular 32 milhões de m³ de água. Já a barragem de Duas Pontes, no rio Camanducaia, em Amparo, terá capacidade para 53,4 milhões de m³. A construção deste complexo permitirá criar uma reserva hídrica estratégica na bacia do PCJ (Piracicaba, Capivari e Jundiaí), reduzindo a dependência dos municípios da respectiva bacia.

 

Foto: Ivanildo Porto

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