Pacientes sofrem com descaso e a falta de medicamentos no Pimentas-Bonsucesso


Reportagem: Antônio Boaventura

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Mesmo recebendo dos cofres públicos quase R$ 7 milhões por mês para administrar o Hospital Municipal Pimentas-Bonsucesso, um dos mais importantes hospitais público de Guarulhos, a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM) – que está na cidade desde a administração do Partido dos Trabalhadores –, vem oferecendo um atendimento de péssima qualidade à população, segundo os pacientes ouvidos pelo HOJE, onde falta desde medicamentos até simples luvas para o atendimento.

Descaso e falta de respeito com quem procura atendimento, que chegam a esperar até 7 horas para ser atendidos, e falta de insumos básicos e medicamentos vêm se tornando rotina no dia a dia do hospital.

“A espera por atendimento é um dos grandes problemas, e a falta de insumos e medicamentos acontece. Isso é um contexto gravíssimo. A gente tem excelentes profissionais no corpo clínico. Uma coisa é você querer ser atendido e outra é você não ter luva para o atendimento. É muito grave a situação. Precisa de mais profissionais”, lamentou a ex-conselheira da Saúde, Rosália Tchaid.

Segundo ela, a unidade hospitalar não conta com infraestrutura mínima para atendimento aos pacientes por conta da falta de insumos e medicamentos.

A reportagem conversou com os pacientes que aguardavam atendimento no Pimentas-Bonsucesso e constatou as reclamações.  “Os médicos estão encaminhando para o PA Dona Luiza. Às vezes demora mesmo porque o médico está dormindo. Teve uma ocasião que o meu marido foi até o médico e perguntou o que ele estava fazendo dormindo se teria que estar atendendo”, reclamou a desempregada Rosa Maria Teodoro, 26 anos.

De acordo com o operador de máquina Hélio Gomes, 38, a morosidade no atendimento fez com que ele tivesse de esperar por cerca de cinco horas para ser atendido. Ele disse que o médico fazia um intervalo longo após concluir o atendimento entre um paciente e outro.

“O médico demorou pra caramba. Ele atendia dois e depois demorava uma eternidade para atender outro paciente. Dessa forma fui atendimento depois de cinco horas. Ainda tenho que ir em outro médico porque me deu atestado das horas que fiquei aqui, sendo que não tenho condições de trabalhar”, disse.

Associação diz que realiza média de 14 mil atendimentos por mês

A Secretaria de Saúde informou que o convênio com a SPDM foi prorrogado até 1º de fevereiro deste ano, pelo valor mensal de R$ 6.800.00,00, devido à instituição vencedora do chamamento público para a gestão do HMPB ter declinado a assumir o hospital.

E que, atualmente, a meta contratualizada em urgência e emergência é de 5 mil atendimentos por mês, em clínica médica, pediatria, ginecologia, cirurgia geral, além de retaguarda 24 horas por dia em ortopedia e neurocirurgia. “Esclarecemos ainda que o dimensionamento de profissionais vem sendo alinhado junto à instituição para que esteja de acordo com a legislação vigente”.

Já SPDM afirmou que realiza em média mais de 14 mil atendimentos mensais, envolvendo pronto-socorro, cirurgias, exames e consultas ambulatoriais, por exemplo, sendo que o quadro de profissionais do hospital está dimensionado para atender a demanda de forma adequada. A direção do hospital destacou que todos os pacientes que procuram o serviço são acolhidos e atendidos, passando por Classificação de Risco para priorização dos casos graves e gravíssimos, que representam grande parte da demanda do hospital. “Os casos de menor complexidade podem eventualmente demorar mais para serem atendidos, devido à necessidade de atendimentos emergenciais a pacientes graves, porém, ninguém fica sem atendimento no local”.

Foto: Ivanildo Porto

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