Igualdade Racial intensificará políticas públicas no Pimentas


Reportagem: Ulisses Carvalho

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A Subsecretaria de Igualdade Racial vai intensificar as ações de políticas públicas na região do Pimentas, considerada a de vulnerabilidade no município, e que compreende os bairros Sítio São Francisco, Jardim Izildinha, Marcos Freire, Vila Any e Jardim Tupinambá. Uma das ações será levar cursos com a temática étnica racial para as periferias a partir do mês de março.

“Por ser uma região de divisa, você tem um índice de vulnerabilidade mais acentuado, e o próprio governo tem olhado muito para essa região, para de alguma forma mudar a realidade das pessoas que vivem ali. Classificamos essa área como os subprodutos da pobreza, porque essas pessoas estão mais expostas a questões violência, morte, depressão e utilização de drogas”, destacou o subsecretário de Igualdade Racial, Anderson da Silva Guimarães,38.

As ações passaram a ser implementadas no ano passado e devem se intensificar principalmente com a inauguração do Centro de Referência dos Direitos Humanos, prevista para o dia 30 de março,  local onde também funcionará uma base da Igualdade Racial dedicada para ações e cursos, no bairro do Marcos Freire.

Além da igualdade racial, dentro do centro também haverá outras políticas direcionadas para diversos públicos, como idosos e Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais ou Transgêneros e Intersexual (LGBTI). De acordo com o subsecretário, a política de igualdade racial na cidade está organizada dentro de alguns programas, sendo entre eles, a formação étnica racial, que tem o objetivo de explicar como o nosso pensamento foi colonizado ao longo das épocas.

Segundo Guimarães, em Guarulhos, 45,27% da população é negra, e na região do Pimentas, esse número é maior, chegando a 56%. Levantamento realizado pela subsecretaria aponta que, em 2015, foram registrados 209 homicídios, sendo 109 somente de jovens, e 70 eram jovens negros, correspondendo a 64,22% das mortes.

Subsecretaria realiza trabalhos com povos indígenas e ciganos

A subsecretaria trabalha com os povos indígenas, de matriz africana, população cigana e também os migrantes, como no caso dos bolivianos e venezuelanos. A população cigana, de acordo com Guimarães, é dividida em dois grupos, o primeiro de nome Calon que, em Guarulhos, vive em acampamentos e tem como característica a vestimenta, os dentes de ouro e também realiza a leitura de mão. Esse grupo vive próximo da Unidade Básica de Saúde (UBS) Dinamarca.

O outro grupo é chamado de Homes, que vive na região que corresponde a Vila Galvão. “Nós somos o primeiro município a ter uma unidade de referência para os povos ciganos. Essa unidade tem médicos e enfermeiros que entendem toda a construção histórica desses povos”, destacou Guimarães, alegando que os atendimentos ocorrem na unidade Dinamarca.

Somente do grupo Calon, segundo o subsecretário, há entre 15 a 20 famílias, com um número de mais de 60 pessoas. Já o número de indígenas em Guarulhos corresponde a mais de 1.400, divididos em mais de 12 etnias, sendo que a maior parte deles estão localizados entre a região que corresponde do Cabuçu ao Pimentas.

Foto: Ivanildo Porto

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