CPI da Furp chega ao fim e pede encerramento da PPP de Américo


Antônio Boaventura

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Depois de seis meses de investigações, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), que investigou irregularidades nas fábricas da Fundação para o Remédio Popular (Furp) chegou ao seu capítulo derradeiro.

Os deputados estaduais que participaram da comissão pediram o encerramento da Parceria Público-Privada (PPP) na unidade instalada em Américo Brasiliense, o que pode beneficiar a produção de medicamentos em Guarulhos.

O documento é resultado de 28 reuniões de trabalho, 17 depoimentos, quase 40 requerimentos aprovados (para convocações, pedidos de informações e obtenção de documentos) e diligências nas unidades de Américo Brasiliense e Guarulhos. O parecer aprovado denuncia por corrupção e improbidade administrativa ex-dirigentes da Furp acusados de receber propinas.

Também recomenda o fim de uma PPP (Parceria Público-Privada) para produção de medicamentos, que hoje gera um prejuízo de R$ 56 milhões por ano aos cofres do Estado, e propõe ao Ministério Público a abertura de um inquérito específico para apurar possível recebimento de vantagem indevida pelo ex-secretário de Saúde Giovanni Guido Cerri.

“A comissão deixa contribuições importantes ao Estado. Ela apontou problemas, denunciou desvios e, principalmente, apresentou alternativas para o futuro da Furp. Estamos muito satisfeitos”, disse o presidente da CPI, deputado estadual Edmir Chedid (DEM).

O relatório também recomenda a abertura de investigação específica contra o ex-secretário Giovanni Cerri por possível recebimento de vantagem indevida. Cerri foi o responsável pelo lançamento da licitação e pela assinatura da PPP para produção de remédios. Ele pediu exoneração do cargo de secretário logo em seguida e, mais tarde, em 2016, montou uma empresa que recebeu mais de R$ 10 milhões em aportes do grupo EMS, gigante do setor farmacêutico.

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