Labirintite afeta cerca de 30% da população mundial

Foto: Divulgação

Recentemente, o ídolo do Fluminense, Fred, se despediu dos campos de futebol e revelou em uma entrevista coletiva que, desde 2017, possui o diagnóstico de labirintite. Os sintomas da doença se tornaram um dos motivos para a sua aposentadoria e o jogador revelou o quanto a condição poderia afetar sua performance durante os jogos. A ocasião levantou mais uma vez o debate sobre o problema e a importância do diagnóstico correto para a saúde e qualidade de vida.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 30% da população mundial é afetada pela labirintite. No entanto, muitas ainda não entendem os sintomas e acabam adiando o tratamento correto. A especialista em Audiologia, Tatiana Guedes, comenta que as pessoas em geral conhecem o ouvido como sendo o responsável pela audição, mas poucos sabem que ele também cuida do equilíbrio do nosso corpo. “Quando sentimos tontura ou vertigem pode ser indicativo de um comprometimento no órgão responsável pelo nosso equilíbrio. A maioria das pessoas se refere a esse desequilíbrio como sendo uma labirintite, quando, na verdade, o nome correto é labirintopatia”, esclarece.

Tatiana explica que a labirintopatia é uma desordem do equilíbrio. “Na orelha interna, mais especificamente no labirinto, há uma estrutura formada pela cóclea e pelo vestíbulo. A cóclea é a responsável pela audição e o vestíbulo pelo equilíbrio. Quando o vestíbulo não funciona bem surgem sintomas como tontura, vertigem, náusea, vômito e zumbido. Esses sintomas podem ser causados por alterações na circulação sanguínea provenientes de mudanças metabólicas, doenças neurológicas, tumores, consumo excessivo de bebidas alcoólicas, café e cigarro, doença de Ménière, Vertigem Postural Paroxística Benigna, entre outros”, cita.

A especialista diz que, portanto, a labirintite é apenas uma entre as várias patologias que podem acometer o ouvido. “Ela é uma inflamação do labirinto, e tem como causa uma infecção que pode ser bacteriana ou viral”, completa.

Sintomas

A especialista indica que os principais sintomas da labirintite são as tonturas e vertigens. “Na vertigem, chamada de vertigem rotatória clássica, a sensação é que o ambiente gira ao redor do corpo, ou que este roda em relação ao ambiente. Na tontura, a sensação é de desequilíbrio, instabilidade, de pisar no vazio e de queda. Além da vertigem a pessoa pode sentir náusea, vômito, perda de audição e zumbido”, acrescenta.

Por fim, a especialista ressalta que o diagnóstico de labirintopatia deve ser feito pelo otorrinolaringologista, através de exame clínico, testes de audição e otoneurológico, e exames complementares como tomografia computadorizada e ressonância magnética. “Já em relação ao tratamento da labirintopatia, o especialista irá definir o mais adequado para cada caso. Uma vez estabelecida a causa da tontura, se direciona o tratamento. Ele pode compreender desde o uso de medicamentos, reabilitação vestibular, procedimento cirúrgico até mesmo orientação alimentar. Importante ressaltar a importância de se investigar a verdadeira causa da tontura para que o tratamento seja assertivo e não se trate todos os sintomas de tontura como sendo labirintite”, frisa.

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