Call center da fé: quadrilha cobrava até R$ 1,5 mil por orações



A Polícia Civil do Rio de Janeiro desarticulou hoje um esquema que transformou a fé em negócio milionário. Batizada de Operação Blasfêmia, a ação cumpriu mandados contra um grupo acusado de criar uma central de telemarketing religioso para enganar fiéis com orações, falsas promessas de cura e milagres.

As investigações revelaram que os atendentes, contratados por anúncios em sites de vagas, eram orientados a se passar por um pastor de São Gonçalo. Por meio de áudios gravados, prometiam bênçãos e resultados espirituais em troca de transferências via Pix. Os valores variavam de R$ 20 a R$ 1,5 mil, de acordo com o “tipo de oração” oferecida. Com estrutura empresarial, os criminosos estipulavam metas de arrecadação para os atendentes, que recebiam comissões proporcionais ao dinheiro obtido. Quem não alcançava os valores mínimos era demitido.

O material analisado mostrou que a quadrilha atuava em escala nacional e já havia movimentado mais de R$ 3 milhões em dois anos. Para dificultar o rastreamento, o grupo usava contas bancárias de laranjas e empresas de fachada. O líder religioso e outros 22 integrantes foram denunciados. O pastor, apontado como cabeça da organização, foi colocado em monitoramento por tornozeleira eletrônica. As investigações continuam para identificar novas vítimas e eventuais cúmplices.

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