Especialista diz que não tem sentido reabrir o comércio em São Paulo e não em Guarulhos

Foto: Ivanildo Porto
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Apesar de o estado de São Paulo registrar mais de 7,6 mil mortes por causa do coronavírus, o governador João Doria autorizou o prefeito paulistano Bruno Covas, do mesmo partido, iniciar o processo de reabertura do comércio (shoppings e serviços) nesta segunda-feira (1). Covas adiou a reabertura para o dia 15.

No entanto, cidades vizinhas, como Guarulhos e Osasco, não foram inseridas no plano do governo – algo que chamou a atenção de algumas autoridades destes municípios. Afinal, o deslocamento de pessoas na Região Metropolitana de São Paulo é muito grande e o combate à disseminação do vírus seria prejudicado com a alta circulação.

Segundo Felipe Filatte, coordenador pedagógico do cursinho preparatório para vestibulares de medicina Hexag, a medida de Doria é incongruente, pois é notório o elevado número de cidadãos que transitam entre as cidades.

“Muitas pessoas realizam a chamada migração pendular, isto é, moram em uma determinada cidade e trabalham e/ou estudam em outra vizinha. Como a integração entre as cidades da chamada Grande São Paulo é muito intensa, creio não ser muito eficaz essa medida”, disse o especialista.

Mesmo com a autorização polêmica de Doria, Covas estabeleceu que cada setor econômico precisaria aprovar protocolos antes da reabertura. Na prática, a cautela do prefeito paulistano não funcionou. O jornal SP1, da TV Globo, mostrou o aumento do trânsito na capital nesta segunda-feira.

Filatte acrescentou que, mesmo com o afrouxamento das medidas de restrição, alguns cuidados necessitam ser tomados para que os efeitos da pandemia não sejam ainda mais devastadores à saúde pública.

“Lógico que se faz necessário respeitar as determinações do decreto para a reabertura do comércio, realizando adaptações nos estabelecimentos e todos utilizando máscaras durante o trajeto”, finalizou.

Nesta terça-feira (2), Guti deve assinar novo decreto municipal estabelecendo regras e fases para a reabertura da economia da cidade. Ele discute com o setor produtivo e com as cidades do Alto Tietê para que a flexibilização seja feita em conjunto.

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