Vereadores de SP se dizem enganados e retiram apoio de CPI que mira padre Lancelotti

André Ribeiro/AE
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O pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar ONGs que atuam na Cracolândia teve o apoio inicial de 22 vereadores de São Paulo. Pelo menos quatro, porém, anunciaram que vão retirar seus nomes. Autor da proposta, o vereador Rubinho Nunes (União Brasil) afirmou que o padre Júlio Lancellotti, coordenador da Pastoral do Povo da Rua da Arquidiocese de São Paulo e conhecido pelo seu trabalho com a população carente da cidade, deve ser um dos principais alvos da CPI, caso seja instalada.

O documento mostra a assinatura do líder do governo, o vereador Fábio Riva (PSDB), responsável pela articulação do prefeito Ricardo Nunes (MDB) na Câmara. Seis vereadores tucanos, de um total de oito, assinam o pedido. O PSDB é o maior fiador da empreitada, seguido por União Brasil e PL, com três cada, e Republicanos, com dois. Podemos, MDB, Solidariedade, PSD e PP também cederam assinaturas.

Outros quatro vereadores assinaram o requerimento, mas confirmaram ao Estadão que decidiram retirar o apoio e votarão contra a CPI. Alegaram que foram enganados, pois o requerimento não fala em investigar o padre Júlio. São eles Sidney Cruz (Solidariedade), Thammy Miranda (PL), Sandra Tadeu (União Brasil) e Xexéu Tripoli (PSDB).

A Arquidiocese de São Paulo reagiu com indignação. Em nota, a instituição afirmou que o padre Júlio “exerce importante trabalho de coordenação, articulação e animação dos vários serviços pastorais voltados a atendimento, acolhida e cuidado das pessoas em situação de rua na cidade”.

O padre declarou ao Estadão que a investigação do uso de recursos públicos pelo terceiro setor é ação legítima do Legislativo e que não faz parte de nenhuma organização conveniada à Prefeitura, e, sim, da Paróquia São Miguel Arcanjo.

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