Casa de repouso é interditada no Jardim Vila Galvão após condições precárias para idosos

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Todo cuidado é pouco na hora de contratar uma ILPI – Instituição de Longa Permanência para Idosos (casa de repouso). O alerta é da Secretaria de Saúde de Guarulhos que, por meio uma operação conjunta com o Ministério Público Estadual, Polícia Militar e Secretaria de Desenvolvimento e Assistência Social, interditou no dia 12 deste mês uma unidade situada no Jardim Vila Galvão. Dos 18 internos que estavam no local, quatro tiveram de ser hospitalizados, quatro retornaram para as famílias e os demais foram transferidos.

As condições encontradas no estabelecimento constam de um relatório que já está em poder do Ministério Público Estadual. Idoso dormindo no chão ao lado de poças de urina, em cômodo com a luz apagada, trancado e sem acesso à chave; internos com amputação de membro e úlceras abertas sem material para efetuar curativo; alimentos com data de validade vencida desde 2014; e pessoas desnutridas que não sabiam relatar quando se alimentaram pela última vez. Esse foi o cenário que as autoridades envolvidas na ação se depararam quando adentraram na instituição.

Prática rotineira:

No entanto, o problema não se restringe a essa casa de repouso. Segundo informações da Vigilância Sanitária Municipal, somente neste ano outras três foram interditadas na cidade por condições semelhantes. Ocorre que, por se tratar de instituições clandestinas, os proprietários se mudam de endereço e até de cidade e continuam atuando da mesma forma com um agravante: cobram das famílias para manter os idosos nessas condições.

Por isso, a Secretaria de Saúde alerta a população para observar alguns cuidados na hora de contratar uma instituição como essa, tais como: exigir o alvará sanitário ou o protocolo de solicitação do alvará; verificar as condições gerais de higiene e qual é o serviço de Saúde de referência para encaminhamento dos internos em caso de emergência, bem como ficar atenta a eventuais restrições de horário para a visita dos internos, uma vez que o acesso dos familiares deve ser livre.

Além disso, se faz necessário visitar todos os ambientes, incluindo corredores, quartos e banheiros; verificar a existência de barras de apoio, camas com grades de proteção, luz de emergência nos quartos para evitar queda caso o idoso queira se levantar à noite e ainda se há campainhas próximas das camas. Na cozinha, deve-se averiguar se a dispensa está abastecida de alimentos variados, garantindo dieta balanceada e se a quantidade de gêneros alimentícios condiz com número de internos.

“É muito importante que a família realize visitas frequentes e, em casos suspeitos, denuncie. Só assim vamos garantir a segurança dos nossos idosos. Se as pessoas não contratarem instituições irregulares, que muitas vezes se valem da boa fé alheia para cometer esses atos desumanos, elas não mais existirão”. A fala é da diretora do Departamento de Vigilância em Saúde, Valeska Aubin Zanetti Mion, que tem conhecimento da causa, uma vez que já atuou anteriormente, por um largo tempo, na fiscalização desses estabelecimentos.

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