Mesmo em estado de greve, atendimento médico está normalizado na rede pública de saúde


Reportagem: Antônio Boaventura
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Apesar da ameaça de greve por possível falta de estrutura para atendimento aos pacientes, os médicos da rede pública de saúde mantêm, de forma normal e sem prejuízos, as respectivas jornadas de trabalho. Já o Sindicato dos Médicos do Estado de São Paulo (Simesp) propõe reduzir o número de consultas realizadas com o propósito melhorar a prestação de serviço.

Entre as principais reivindicações daquela entidade sindical estão: a garantia de retaguarda no atendimento de especialidades, principalmente no atendimento de pacientes da psiquiatria, instituição de atendimento de três consultas por hora (com a implementação do aplicativo da saúde, os médicos da cidade acabaram atendendo cerca de oito pacientes por hora, o que prejudica o diagnóstico e devido acompanhamento dos pacientes), e a garantia de segurança nas unidades.

De acordo com Rogério Oliveira, presidente do Conselho Municipal de Saúde (CMS), a questão deste manifesto pode estar voltada para a questão salarial, que segundo ele, é inferior a outros municípios. Ele revelou que a média salarial em Guarulhos está entre R$ 12 mil e R$ 14 mil, e que em outras cidades pode chegar a até R$ 18 mil.

“A regra e ou recomendação do Manual de Atenção Básica de Saúde, do Ministério da Saúde, diz que ele atenda quatro por hora. Mas, a questão toda envolve o salário do médico, que está defasado na cidade. Um médico da família deve ganhar em torno de R$ 12 mil a R$ 14 mil. Em outras cidades pode chegar a R$ 18 mil”, explicou Oliveira.

Em contrapartida, Gerson Salvador, diretor do Simesp, afirma que com a implantação do aplicativo Saúde Guarulhos, a demanda aumentou para até oito atendimentos por hora. Salvador também ressaltou que o tempo reduzido de consulta é muito difícil que os médicos consigam fazer toda a história e os exames físico e complementar dos pacientes.

“Torna-se um desafio conseguir conduzir uma consulta com efetividade. Um maior tempo de consulta está associado ao melhor controle de doenças crônicas, maior adesão dos pacientes aos tratamentos e melhores resultados clínicos. Apenas aumentar a quantidade de consultas por hora vai na contramão da qualidade do atendimento”, concluiu.

O HOJE entrou em contato com a prefeitura para prestar esclarecimentos sobre o assunto, porém, não obtivemos qualquer resposta, até o fechamento desta edição.

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